O Dezembro Vermelho é uma forma de gerar mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis). Este foi o tema da sessão solene realizada nesta sexta-feira, (02/12), no plenário Joaquim Lavoura, presidida pelo vereador Bruno Porto (Cidadania), presidente da Frente Parlamentar de ISTs, HIV/Aids, Hepatites Virais e Tuberculose.
Na ocasião, foram entregues moções de aplausos para diversos membros dos movimentos representados na reunião, todos regados a muita emoção e relatos comoventes de colaboradores e beneficiários. A enfermeira Monique Gonzalez abriu a sessão apresentando dados sobre o trabalho do Poder Executivo em relação ao HIV. Além de chamar atenção para a taxa de abandono, mas que o trabalho está sendo feito para que esses problemas sejam amenizados.
O vereador Bruno Porto (Cidadania), entregou algumas moções de aplausos, no entanto, permitiu que a maioria fosse entregue pelos próprios colaboradores, para outros colaboradores e beneficiários, como forma de homenagem. “Eu sou um cara muito chorão, me emociono facilmente. E no comando dessa Frente Parlamentar, nos aproximando dessas histórias, é difícil conter a emoção. Às vezes eu choro mais do que consigo falar. Enfim, gostaria de agradecer a todos os movimentos sociais que estão conosco, nas nossas reuniões periódicas. O trabalho do Poder Legislativo tem que ser em conjunto com a sociedade civil. E também aos outros vereadores que compõem essa Frente. É com muita luta que vemos os resultados serem colhidos”, disse emocionado, o parlamentar.
A coordenadora do Movimento de Mulheres em São Gonçalo, Thais Moratti, discursou dizendo que o MMSG tem uma luta muito intensa no município na busca por direitos, e levanta diversas pautas. “Quero parabenizar o Bruno (Porto) por estar comandando a Frente Parlamentar e vem conseguir dar materialidade e visibilidade a essa causa. Celebrar todos os nossos atendidos e todas as pessoas homenageadas aqui hoje e também quem infelizmente não pôde vir. O Bruno e a Monique têm uma capacidade muito grande de dialogar e graças a esse trabalho conseguimos avançar bastante. Hoje estamos aqui para celebrar a vida. E por isso esse dia é tão especial. Políticas públicas são fundamentais”, finalizou a convidada.
Dezembro Vermelho é uma campanha foi instituída pela lei nacional nº 13.504/2017, como maneira de chamar a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV. No Brasil, 92% das pessoas em tratamento já atingiram o estágio de estarem indetectáveis, ou seja, estado em que a pessoa não transmite o vírus e consegue manter a qualidade de vida sem manifestar os sintomas da Aids. No município de São Gonçalo, estima-se que quase 5 mil pessoas estão com HIV.
Compuseram a mesa, o vereador Romário Régis (PDT); a representante do mandato da vereadora Priscilla Canedo (PT), Luciene Sarmento; a presidente do Centro de Atendimento e Atenção à AIDS (CAAAIDS), Flávia Fabiana; a enfermeira e coordenadora do programa de ISTs, AIDS e hepatites virais, enfermeira Monique Gonzalez; a coordenadora do Movimento de Mulheres em São Gonçalo, Thais Moratti; e o Arcebispo de Niterói, Dom Francisco José Dias.
Conscientização também no Poder Legislativo
O Palácio 22 de Setembro recebe até a próxima sexta-feira (09/12) uma exposição sobre o Dezembro Vermelho, e dessa maneira, se coloca dentro das campanhas de conscientização. O salão conta com a exposição de perfis com histórias de superação de indivíduos soropositivos e integração na sociedade, a provar que o HIV não muda o estilo de vida de ninguém e que não há motivos para a discriminação. A entrada é livre para os munícipes.
A exibição é promovida por organizações da sociedade civil, como o Centro de Atendimento e Atenção à AIDS (CAAAIDS), e o Movimento Mulheres em São Gonçalo (MMSG). O CAAAIDS, é uma organização não-governamental (ONG), sem fins lucrativos, estabelecida em São Gonçalo desde 1992, que se dedica a dar assistência psicossocial às pessoas que vivem com o vírus HIV.
Dentre suas principais atividades, estão a distribuição de preservativos, palestras, oficinas e dinâmicas em grupo em HIV/IST/AIDS e hepatites virais, ações sociais, testagem rápida, aconselhamento, reunião de grupo de mútua ajuda, acompanhamento psicossocial e orientação jurídica.
O MMSG existe há 33 anos, e da mesma forma, visa promover a saúde integral de crianças, adolescentes e mulheres que convivem com HIV. Dentre os projetos, destaca-se o Rede Vida, que assegura o acesso humano à alimentação e atendimento especializado a 90 pessoas vivendo com HIV/AIDS, por uma equipe interdisciplinar de assistentes sociais, psicólogos e advogadas.